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As mais de 500 peças religiosas foram retiradas de terreiros de umbanda e candomblé entre 1889 e 1945 e estavam no antigo prédio do DOPS, hoje sede da Polícia Civil. Material será catalogado pelo museu com ajuda de lideranças religiosas.

O Museu da República no Rio de Janeiro recebeu uma coleção histórica: 523 peças religiosas retiradas de terreiros de umbanda e candomblé entre 1889 e 1945. O material, que estava reunido em 77 caixas, ficou com a polícia por mais de 100 anos.

As peças estavam em armários no prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), no Centro do Rio, onde hoje funciona a sede da Polícia Civil.

São instrumentos musicais , bonecos e outros objetos sagrados que foram colocados em um caminhão e levados para o bairro do Catete, onde fica o museu nesta segunda-feira (21). No local, lideranças religiosas esperavam a chegada do caminhão com o material.

A Constituição de 1891 definiu que o estado brasileiro é laico e existe a liberdade de religião, mas a repressão usava artigos do Código Penal para confiscar os objetos e prender os religiosos.

“Todas as acusações eram justificadas nesses artigos, que falam de prática ilegal da medicina, espiritismo, magia, ou seja, a religiosidade afro brasileira, era associada a esses estereótipos. E assim criminalizada. As casas de culto e as mães e pais de santo foram tratados como crime”, disse a historiadora Maria Helena Versiani

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/09/21/museu-da-republica-no-rio-recebe-pecas-historicas-de-religioes-afro-brasileiras-apreendidas-pela-policia-ha-mais-de-100-anos.ghtml