A literatura brasileira perdeu um de seus grandes nomes. A integrante da Academia Brasileira de Letras Cleonice Berardinelli morreu nesta terça-feira (31), no Rio, aos 106 anos. A escritora ocupava a cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras desde 2009 e era a integrante mais longeva da ABL.
Considerada referência em estudos do idioma, Cleonice era uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa e foi a primeira brasileira a produzir tese sobre o poeta português Fernando Pessoa. Cleonice foi homenageada no documentário “O Vento Lá Fora”, em que aparece ao lado da cantora Maria Bethânia, lendo trechos da poesia de Pessoa para uma plateia de convidados.
Em 2014, aos 98 anos, Cleonice Berardinelli recebeu o Prêmio Faz Diferença na categoria Prosa, das mãos dos também acadêmicos Zuenir Ventura e Merval Pereira.
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Carioca, Cleonice morou em várias cidades do país acompanhando o pai, que era militar. Doutora em letras clássicas e vernáculas, era professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da PUC-Rio. Também deu aulas na Universidade Católica de Petrópolis e no Instituto Rio Branco – escola de preparação dos diplomatas – e foi professora convidada nas universidades de Lisboa e da Califórnia.
O corpo Cleonice Berardinelli vai ser cremado nesta quinta-feira (2), em cerimônia reservada à família. Ela deixa cinco sobrinhos e nove sobrinhos-netos.